De seu reino, Hades governa soberano, com sombras enquanto súditos, "tão numerosos quanto as ondas do mar", e tudo que a morte ceifa na terra, recai sob seu reino, aumentando sua riqueza. De acordo com o que se evidencia inclusive em outras passagens da obra de Homero, quando se trata do reino de Hades, nota-se uma clara distinção entre alma e corpo.
O Hades seria o lugar onde os mortos vagariam e a figura da alma se desprenderia do indivíduo. Ainda segundo Homero, o palácio de Hades não seria nas profundezas, mas nos confins do mundo, no fim do oceano, na cidade dos homens cimérios, "(...) que se acham sempre envolvidos por nuvens e brumas espessas; nunca foi dado alcançá-los os raios do sol resplendente (...) Noite nociva se estende sem pausa por sobre esses míseros".