A Origem do Mundo Segundo a Mitologia Nórdica

30/06/2021

     Como foi a Origem do Mundo Segundo a Mitologia Nórdica? A Criação é um Tema muito relevante e muitas civilizações, religiões (e ciência) tentam explicar, mas até hoje, nada concreto, confira.

A Criação na Mitologia Nórdica:

     Primeiramente havia o Caos, que era o Nada do Mundo, e isto era tudo que nele havia. Nem Céu, nem Mar, nem Terra, nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspell (também chamado de Muspelheim) - o Reino do Fogo - e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas. Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas formem a subir lentamente das profundezas do Niflhein e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo.

Ymir, a criatura primitiva:

     Das alturas abominavelmente tórridas do Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor que descia com o frio que subia de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo. Após mais alguns milhares de eras - pois que o tempo, então, não se media pelos brevíssimos anos de nossos afobados calendários, o gelo foi derretendo e pingando e deixando entrever, solu a outrora gelada e espessa capa branca, uma forma de um gigante.

     Ymir era o seu nome, e por ser uma criatura primitiva, dotada apenas de instintos, o maniqueísmo batizou-a logo de má (maniqueísmo: explicações da realidade na nomeação entre boa e má). Ymir dormiu durante todas estas eras, enquanto o gelo que o recobria ia derretendo mansamente, gota a gota, até que, sob o efeito do calor escaldante de Musspell, que não cessava jamais de descer das alturas, eis que ele começou a suar. 

     O suor que lhe escorria copiosamente do corpo uniu-se, assim, à água do gelo, que brotava de seus poderosos membros, e este suor vivificante deu origem aos primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes e da união de suas pernas veio ao mundo outro ser da mesma espécie, chamado Thrudgelmir. Estes três gigantes foram as primeiras criaturas, que surgiram de Ymir; mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria origem à toda a descendência dos gigantes.

Durante a Criação:

     Entretanto, do gelo derretido também surgira, alem das monstruosidades já citadas, uma prosaica vaca de nome Audhumla, de cujas tetas prodigiosas manavam quatro rios, que alimentavam o gigante Ymir. Audhumla nutria-se do gelo salgado, que lambia continuamente da superfície, e, deste gelo, surgiu ao primeiro dia o cabelo de um ser; no segundo, a sua cabeça; e, finalmente, no terceiro, o corpo inteiro. Esta criatura egressa do gelo chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor, e, desde que pai e filho se reconheceram, começaram a combater os gigantes, que nutriam por eles um ódio e um ciúme incontroláveis.

     Esta foi a primeira guerra de que o universo teve notícia e incontáveis eras sucederam-se sem que ninguém adquirisse a supremacia. Finalmente, Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Odin (chamado também de Wotan), Vili e Ve. Dos três o mais importante era Odin, que um dia chegará a ser o maior de todos os deuses. E, porque assim será um dia, ele próprio disse a seus irmãos:

-Unamo-nos a Bor e destruamos Ymir, o perverso pai dos gigantes!


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     Os quatro juntos derrotaram, então, o poderoso gigante, e com sua morte acabou também a quase totalidade dos demais de sua espécie, afogada no sangue de Ymir. Um casal, entretanto, escapou do massacre: Bergelmir e sua companheira, que construíram um barco feito de um tronco escavado e foram se refugiar em Jotunheim, a terra dos gigantes, onde geraram muitos outros. Desde então, a inimizade estabeleceu-se, definitivamente, entre deuses e gigantes, cada qual vivendo livremente em seu território, mas sempre alerta contra o inimigo.

     Dos restos do cadáver do gigantesco Ymir, Odin e seus irmãos moldaram a Midgard (Terra Média): de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e seus dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas. O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo.

- Ponhamos, agora, a caveira de Ymir no céu - disse Odin a seus irmãos, após haverem completado a primeira tarefa.

A Criação do Mundo foi Idealizada por Odin!

     Odin fez com que quatro anões mantivessem a caveira suspensa nos céus, cada qual num dos pontos cardeais. Em seguida, das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cerebro do gigante, foram engendradas como nuvens, que recobrem todo o céu.

     Entretanto, após terem remexido a carne do gigante, com a qual moldaram a terra, os três deuses descobriram nela um grande ninho de vermes. Odin penalizado estas criaturas decididas dar-lhes, então, outra morada, que não, o Midgard. Os seres subumanos, que pareciam um pouco mais turbulentos que os outros, foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartafheim). Os demais que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada como regiões amenas do Alfheim.

     Completada a criação de Midgard, caminhavam, um dia, Odin, Vili e Ve sobre a terra para ver se estava tudo perfeito, quando teve dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceano. Odin esteve observando-os longo tempo, até que, afinal, teve outra grande idéia:

-Irmãos, façamos de um destes troncos um homem e do outro, uma mulher!

     E assim se fez: ele foi chamado de As (Freixo) e ela, de Embla (Olmo). Odin lhes deu a vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal, que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitariam por eras sucessivas na Terra Média.

     Depois que Midgard e os homens estavam feitos, Odin decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si:

- Façamos Asgard e que lá seja o lar dos deuses! Exclamou ele, que, como se vê, era um deus de energia e vontade inesgotáveis.

Confira Também:

Ragnarok é, na Mitologia Nórdica, conhecido como o "final dos tempos", ou, Fim do Mundo. Neste evento, acontecerá uma série de curiosidades entre os deuses, gigantes e filhos de Loki, confira.

Loki é, na Mitologia Nórdica, o Deus da Trapaça. Loki era uma divindade muito imprevisível e apesar de ser irmão de Thor, não era um deus em si, mas sim, um Jotun (um gigante), confira abaixo.

Surtur ou Surt é o principal Gigante de Fogo da Mitologia Nórdica, além de ser o guardião de um dos mundos: Musphelhein, o País do Fogo. É este gigante que irá lutar contra o Deus Freyr no Ragnarok.

Skoll e Hati, na Mitologia Nórdica, são os filhos do lobo Fenrir e, também, netos de Loki. Ambos puxavam o sol e a lua, além de ter uma papel relevante no Ragnarok como são mencionados no poema Gylfaginning.

Fenrir é, na Mitologia Nórdica, um lobo monstruoso que, no Ragnarok, será libertado de suas correntes e fará um Caos a todos que estiverem em sua frente. Conheça a História e Mito dessa criatura abaixo.

Vili e Vé são, na Mitologia Nórdica e Germânica, os Deuses Irmãos de Odin (o mais sábio dos deuses nórdicos). Ambos são pouco conhecidos, a divindade com mais destaque nessa mitologia é seu irmão.

Hugin e Munin são, na Mitologia Nórdica, os Corvos do Deus Odin. Ambos tem o significado de Pensamento e Memória! São eles quem trazem informações ao Deus. Conheça mais sobre esses corvos abaixo.