A vitória de Sula foi seguida de sua nomeação para uma ditadura por prazo indeterminado. Quando Sula convocou a reunião do Senado no Templo de Belona, poucos dias depois de sua entrada em Roma, seus poderes se limitavam ao comando proconsular sobre suas tropas. Do ponto de vista forma, o governo legítimo de Roma estava investido unicamente nos cônsules, um dos quais, Caio Papírio Carbão, estava foragido na África e o outro, Caio Mário, o Jovem, havia se matado em Preneste.
Assim, era óbvio que não havia cônsules e Roma, sem governo legal, estava sob o comando legal de um procônsul formalmente declarado "hostis rei publicae" e que, por falta de derrogação oficial, seguia sendo. Quando não havia cônsules, o Senado, seguindo a tradição, nomeou um inter-rei, cuja função era convocar e presidir as eleições dos novos magistrados. A eleição recaiu sobre o príncipe do senado, Lúcio Valério Flaco.
Com todo o poder concentrado nas mãos de Sula, nada podia, naquele momento, se opor à sua vontade. Esperava-se que o vencedor pusesse de novo em andamento a máquina estatal convocando novas eleição e que o próprio Sula, como antes havia feito Cina, nomeasse os cônsules.
Mas ele queria tentar um reordenamento e uma reforma da República, já em declínio, já que as instituições tradicionais já não pareciam suficiente para agir. Era necessário um poder extraordinário, acima do aparato estatal, e Sula acreditou tê-lo encontrado (supondo que ele respeitava, apesar de tudo, as formas constitucionais) num magistratura antiga de caráter extraordinário, que, apesar de reconhecida constitucionalmente, havia caído no esquecimento desde 216 a.C.: a ditadura.